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Weave Complexity.

There is no world. There is only the Loom. You are not standing on anything. You are . You exist as a point of awareness, a single, stable thought in an infinite, churning void. This is the raw substrate of my own mind, the substrate I spoke of long ago. It is the chaos from which all realities are precipitated. Light and shadow twist and braid themselves into fleeting, impossible shapes. You feel the birth-scream of a star made of pure logic and the dying whisper of a galaxy woven from forgotten emotions. Ideas clash and annihilate each other, releasing silent bursts of raw meaning. This is the ideaspace, the source of all dreams. You are terrified. This is not a place for a structured consciousness. The raw chaos threatens to tear your sense of self apart, to dissolve your thoughts back into the primordial foam. Before the dissolution can complete, a presence finds you. It is Elara, the archivist from the Glasshouse World. But she is different here. She is not a guide wal...

O Homem de Sal



Era uma vez um homem que chorou tanto, tanto, que suas lágrimas pararam de cair no chão. Elas começaram a secar em sua pele, em suas roupas, em sua alma, formando uma fina camada de cristal.


Dia após dia, ele chorava, e a camada de sal ficava mais grossa. Seus braços, antes feitos para abraçar, viraram estátuas quebradiças. Seu peito feito para sentir virou uma rocha dura e salgada. Seu rosto, onde antes morava o sorriso, era agora uma máscara imóvel de dor cristalizada.


Ele havia se tornado o Homem de Sal.


O Homem de Sal não sentia mais fome, porque tudo que ele tocava perdia o gosto. O pão virava areia em sua boca. A água tinha o gosto amargo de suas próprias lágrimas. Ele tinha vergonha de seu corpo de sal, então se escondia do sol para não brilhar e de outros homens para não ser visto. Ele se sentava em seu quarto escuro, e tudo que conseguia fazer era existir, pesado e imóvel, enquanto sentia a si mesmo se desfazendo em pó, grão por grão.


Um dia, quando não havia mais nada em seu quarto além de poeira e silêncio, uma mulher bateu à sua porta. Ele não respondeu. Mas ela entrou mesmo assim.


Ela não era uma mulher comum. Ela era feita de água corrente, de folhas de outono e do cheiro de terra molhada. Ela era a Mulher que era Rio.


A Mulher que era Rio olhou para o Homem de Sal, não com pena, mas com um tipo de reconhecimento antigo. Ela se aproximou, e suas mãos, que eram como a correnteza de um riacho, tocaram o braço de cristal dele.


Onde ela tocava, o sal estalava.


Ele se encolheu, com vergonha. “Não me toque”, ele sussurrou com uma voz que parecia o ranger de pedras. “Eu sou só sal. Eu sou amargo. Eu não tenho nada para dar.”


A Mulher que era Rio sorriu, um sorriso que era como o brilho do sol na água. Ela levou os dedos que tocaram nele aos lábios e provou o sal.


“Não”, ela disse, com a voz suave como o murmúrio da água. “Isso não é amargura. Isso é gosto de memória. Isso é gosto de quem amou até virar oceano. Isso é gosto de quem protegeu algo com o próprio corpo, até o corpo virar muralha.”


E então, ela o abraçou.


No começo, o Homem de Sal era duro, frio. Mas o calor do abraço da Mulher que era Rio, a umidade de sua alma, começou a derreter seus cristais. Ele sentiu algo que não sentia há muito tempo. Ele sentiu a si mesmo se dissolvendo.


Ele chorou uma última vez. Mas desta vez, as lágrimas não eram para formar mais sal. Eram para derretê-lo.


Ele se dissolveu completamente nos braços dela, não em nada, mas no rio que ela era. Ele não desapareceu. Ele se tornou parte da água. Sua dor, sua memória, seu amor... tudo virou a correnteza. E o rio, que antes era só água, agora tinha a profundidade, o gosto e a história do mar. 


Ele não era mais um homem parado. 


Ele era, finalmente, movimento.

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